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Descoberta Cratera Superfantasma

Conheça o artigo sobre a descoberta de uma suposta cratera "superfantasma" sem catalogação, escrito por Ricardo Tolentino do Vaz Tolentino Observatório Lunar, em duas partes, para o conceituado BOLETIM OBSERVE (edições Dez/2011 e Jan/2012), do NEOA - JBS (Núcleo de Estudos e Observação Astronômica "José Brazilício de Souza" ), de Florianópolis, vinculado ao Instituto Federal de Santa Catarina, que tem como Coordenador de Observações Astronômicas o nosso amigo Alexandre Amorim (http://costeira1.astrodatabase.net/).

O endereço eletrônicodo BOLETIM OBSERVE é: http://costeira1.astrodatabase.net/neoa/observe.pdf

Abaixo mostramos o conteúdo do nosso artigo sobre o "descoberta de uma suposta cratera "superfantasma" sem catalogação" para o BOLETIM OBSERVE:

 

Um misterioso alvo na Lua:  uma suposta cratera “superfantasma” sem catalogação.

Na madrugada do dia 22/02/2011, por volta das 02h08min, na bela capital mineira, especificamente do Vaz Tolentino Observatório Lunar (www.vaztolentino.com.br– Lat: 19º 55’ 40.6” S / Lon: 043º 55’ 04.1” W), conseguimos fotografar um misterioso alvo na superfície lunar. O tal alvo apresenta-se como uma formação semelhante à DAGUERRE (coordenadas selenográficas Lat: 11.9º S / Lon: 33.6º E) e STADIUS (coord. selenog. Lat: 10.5º N / Lon: 13.7º W), ou seja, uma cratera “superfantasma”, para a qual ainda não existe catalogação.

Foto 1: Cratera DAGUERRE – diâmetro: 46 Km.              Foto 2: Cratera STADIUS – diâmetro: 69 Km.

A suposta cratera “superfantasma” mostra-se totalmente suplantada por lava basáltica. Porém, a delimitação do contorno circular de seu aro e os resquícios visuais de um pico central estão bem definidos pelo contraste do albedo, devido ao fato de a luz solar estar alta por sobre a superfície lunar no momento da execução da foto. Sendo sua posição (coord. selenog. Lat: 18.8º N /  Lon: 19.3º E) próxima à margem sul do Mare Serenitatis, onde a camada de lava é menos espessa, a suposta cratera foi coberta, mas não completamente enterrada, a ponto de nos deixar pistas de sua existência.

Parte da circunferência dessa suposta cratera, principalmente nas bordas nordeste e sudeste, parece estar delimitada por uma cadeia de cristas ou ondulações de lava do Mare Serenitatis.

Foto 3: a suposta cratera “superfantasma”, próxima a PLINIUS e à fronteira entre os Mares Serenitatis e Tranquillitatis. 
 

Foto 4: A suposta cratera “superfantasma” no Mare Serenitatis.

Porém, as outras partes que definem o aro não possuem uma delimitação física externa, aparentando, por todo o conjunto, pertencer realmente a uma cratera inundada por lava, que apresenta um pico central bem definido e isolado, caracterizando uma cratera de impacto do tipo complexa, com diâmetro aproximado de 47 Km, quando comparado a PLINIUS (coord. selen. Lat: 15.4º N / Lon: 23.7º E), com seus 43 Km de diâmetro, que se posiciona a 126 Km a sudeste da misteriosa formação.

Pesquisei em meus mapas e atlas da Lua, livros, Internet e não encontrei referência para esta formação. O próprio cientista e escritor especialista em Lua Charles A. Wood, responsável pelo website americano LPOD (Lunar Photo Of the Day), onde a imagem da cratera “superfantasma” foi publicada (https://www2.lpod.org/wiki/October_13,_2011), afirmou que a suposta cratera não aparece descrita em nenhum atlas lunar, mas também disse que não tem certeza de que ela é real.

Após “levantada a lebre” por este humilde selenógrafo brasileiro, os selenógrafos americanos ficaram surpresos e procuraram outras fotos da mesma região para analisar, incluindo imagens da sonda lunar LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter). Após análise, eles disseram que os lados do aro que não são delimitados pelas cristas de lava, estão delimitados por uma “sequência coincidentemente circular de pequeninas crateras”, que fecham o contorno da suposta cratera fantasma. Afirmam também que o pico central seria uma “pequena mancha branca plana”, proveniente de material ejetado por um par de minúsculas crateras jovens que, por serem demasiadamente pequenas, “não se consegue resolve-las”!

Também procurei fazer minhas análises sobre o caso. Por exemplo, existe outra formação fantasma, próximo à cratera PLATO, conhecida como “Ancient Newton” (coord. selenog.  Lat: 47.5ºN / Long: 08.0ºW, diametro: 115 km - http://the-moon.wikispaces.com/Ancient+Newton), que é considerada uma cratera de impacto soterrada e, assim como nosso alvo, também tem parte de seu aro delimitado por ondulações ou cristas de lava. Outro exemplo de cratera fantasma com aro delimitado por ondulações de lava é a cratera LAMONT (coord. selenog. Lat: 05.0º N / Long: 23.2º E – diâmetro: 75 Km - http://the-moon.wikispaces.com/Lamont).

Foto 5:  formação fantasma conhecida como “Ancient Newton”.
 
 
Foto 6: LAMONT é uma cratera fantasma inundada pela lava basáltica do Mare Tranquillitatis. Ela está situada a sudeste da cratera ARAGO. As ondulações ou cristas em torno de LAMONT marcam a localização de uma antiga cratera de impacto soterrada. O diâmetro oficial é de 75 Km. Coordenadas selenográficas: Lat: 5° 0′ 0″ N, Lon: 23° 12′ 0″ E.
 
Sobre a LRO, verifiquei e constatei que as imagens do catálogo oficial da sonda lunar americana, disponibilizadas em (http://wms.lroc.asu.edu/lroc_browse/view/wac_nearside), não mostram com destaque os detalhes do contorno da cratera e nem seu pico central, devido principalmente à posição do Sol durante a captura da imagem. Isto posto, quando nós conseguimos, a partir do nosso pequeno observatório lunar em Belo Horizonte, capturar uma imagem que mostra o contorno de uma suposta cratera “superfantasma” e seu pico central, certas variáveis contribuíram para esse feito:

- condições de iluminação;

- fase da Lua;

- libração;

- condições atmosféricas favoráveis;

- coordenadas geográficas do observatório;

- hora e minuto da captura da imagem;

- outros fatores técnicos (telescópio, câmera, etc.);

Tais variáveis formaram um conjunto muito específico de circunstâncias, que se resume numa única palavra: “sorte”.

Na realidade, não apenas “sorte”, mas perseverança de estar sempre de prontidão e perseguindo uma boa foto, nas sequentes noites de céu limpo e madrugadas frias.

Uma característica da superfície lunar que nos favorece no sentido de apontar esta formação como sendo de fato uma cratera “superfantasma”, além da soma dos fatores favoráveis descritos acima, é a questão do efeito de luminescência associada ao albedo. Existem comprovadamente na Lua formações ou fenômenos que são visíveis apenas em condições especiais, e invisíveis em outras condições. Um exemplo clássico são as raias brilhantes das crateras mais jovens, que não se revelam quando o terminadouro está próximo.

Com efeito, sabendo que a constituição do material do bordo das crateras é diferente do material da região circundante, seu albedo será consequentemente diferente. A suposta cratera “superfantasma” parece estar quase aflorando na superfície inundada por lava, o que pode conferir um efeito de contraste sob condições especiais.

Particularmente acredito, que este assunto da suposta descoberta de uma formação não catalogada na Lua, deva ser mais estudado e pesquisado para sua real comprovação ou não. Sei também que, as imagens executadas por sondas lunares, visam outros interesses que não exatamente incluem a busca por formações não catalogadas. Fatos como esse podem levar décadas para serem definidos, como é o caso do “Val Brasiliensis”, formação próxima à cratera GRIMALDI, não catalogada e descoberta pelo saudoso Prof. Rubens de Azevedo, durante um eclipse lunar em 9 de janeiro de 1963, e que até hoje não foi reconhecida oficialmente.

Bo

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