Missão Lunar ARTEMIS
Duas pequenas sondas da NASA que foram usadas para estudar o clima espacial, agora estão orbitando a Lua para estudar o seu interior e a composição de sua superfície.
As espaçonaves, chamadas de “Acceleration, Reconnection, Turbulence and Electrodynamics of the Moon’s Interaction with the Sun” (ARTEMIS), começaram sua jornada, longe da órbita da Terra, em julho de 2009. A primeira das duas naves espaciais entrou em órbita lunar em 27 de junho de 2011 e, a segunda, em 17 de julho de 2011.
Engenheiros usaram manobras complexas de órbita para realocar as sondas em seus novos locais. A jornada requereu muita assistência das gravidades da Lua e da Terra e utilizou quantidades mínimas de combustível.
As sondas se aproximarão da superfície lunar cerca de 60 milhas, uma vez por órbita. Os dados fornecerão aos cientistas novas informações sobre a estrutura interna da Lua para os próximos sete a dez anos.
Sondas gêmeas ARTEMIS estudarão a Lua em 3-D. A missão vai envolver observações da superfície lunar, seu campo magnético e o ambiente magnético ao seu redor.
Com duas naves espaciais na órbita lunar em direções opostas, será adquirida uma visão 3-D total da estrutura dos campos magnéticos perto da Lua e na superfície lunar.
Pela primeira vez, se conseguirá ao mesmo tempo, dois pontos de perspectiva da Lua, por duas sondas espaciais. E isso será um grande e importante componente do programa americano de investigação lunar.
O cientista Dick Fisher, diretor da “Heliophysics for NASA’s Science Mission Directorate”, em Washington, afirmou o seguinte, a respeito da nova missão das duas antigas espaçonaves: "A qualidade do projeto original e da construção dessas sondas espaciais, criou uma dupla vitória: uma oportunidade de novas pesquisas para a comunidade científica espacial, sem custo adicional para os contribuintes do país"
Imagem: Uma concepção artística da missão espacial ARTEMIS em órbita da Lua. - Crédito: NASA.
Ambas as sondas estiveram previamente nas áreas chamadas de “pontos de Lagrange”, locais em ambos os lados da Lua, onde as atrações gravitacionais da Terra e da Lua equilibram-se perfeitamente.
Esses locais são pontos ideais para estudar o campo magnético distante da Terra e como o vento solar, composto por um gás ionizado conhecido como plasma, flui pela Lua e tenta preencher o vácuo do outro lado.
A missão ARTEMIS foi possível graças à releitura ou à reformulação de duas sondas espaciais que, de outra forma, teriam cessado suas operações em 2010. As naves faziam parte da missão “NASA’s Time History of Events and Macroscale Interactions during Substorms” (THEMIS), lançada em 2007.
Dave Sibeck, cientista e projetista das missões ARTEMIS e THEMIS da “NASA Goddard Space Flight Center”, afirmou o seguinte: "A partir de suas novas órbitas lunares, as sondas ARTEMIS irão recolher dados importantes sobre o núcleo da Lua, a composição de sua superfície e se existem bolsões de magnetismo. ARTEMIS também irá fornecer as informações necessárias para compreender o meio magnético da Lua no espaço e sua relação com eventos próximos da Terra."
A missão THEMIS consistia de cinco naves espaciais idênticas, que estudavam o ambiente magnético em torno da Terra, a aurora e como estes são afetados pelo Sol. As outras três sondas THEMIS continuarão a sua missão científica original.
Imagem: Representação artística das sondas ARTEMIS de como elas orbitaram a Lua início 17 de julho. ARTEMIS P1 e P2 eram as duas sondas THEMIS em órbitas mais altas da Terra, antes de começarem as manobras em 20 de julho de 2009, para transferí-las da órbita da Terra para uma órbita lunar. - Crédito: UC Berkeley.
Fonte: NASA.