Informações sobre a Foto
PTOLEMAEUS, ALPHONSUS, ARZACHEL & Cia.
As Crateras PTOLEMAEUS, AMMONIUS, ALPHONSUS, ARZACHEL, ALPETRAGIUS, ALBATEGNIUS, KLEIN, HIPPARCHUS, HORROCKS e HERSCHEL.
Esse populoso conjunto de crateras é muito atrativo, interessante e cheio de particularidades. Ele deve fazer parte de sua lista de alvos clássicos para observação da Lua.
Foto: Lua cheia mostrando a abrangência da foto do conjunto de crateras “PTOLEMAEUS & Cia” que será apresentado a seguir. Foto por VTOL.
Foto: O belo conjunto de crateras PTOLEMAEUS, AMMONIUS, ALPHONSUS, ARZACHEL, ALPETRAGIUS, ALBATEGNIUS, KLEIN, HIPPARCHUS, HORROCKS e HERSCHEL, situadas próximas do centro do disco lunar da face visível. Foto executada por VTOL em 01 de maio de 2013, 03:38:36.
Cratera PTOLEMAEUS:
Diâmetro: 158 Km;
Profundidade: 2,4 Km;
Coordenadas Selenográficas: LAT: 09° 12′ 00″ S, LON: 01° 48′ 00″ W.
Período Geológico Lunar: Pré-Nectárico 4,5 bilhões (logo após o tempo da formação inicial da Lua) até 3,92 bilhões de anos atrás;
Melhor período para observação: Na fase Quarto-Crescente ou 6 dias após a fase Lua Cheia;
Quem foi PTOLEMAEUS? Claudius Ptolemaeus (90 - 168) foi um escritor greco-romano de Alexandria, conhecido como um matemático, astrônomo, geógrafo, astrólogo e poeta.
PTOLEMAEUS é uma enorme, velha e proeminente cratera com formação bastante circular, localizada próxima ao centro do disco lunar da face visível (um pouco ao sul e um pouco a oeste do centro). Seu interior foi inundado por lavas que escaparam por rachaduras na crosta por debaixo da cratera, causadas pelo grande impacto que a criou. PTOLEMAEUS é um bom exemplo de cratera que se encaixa na categoria “planície murada”.
A inundação criou um amplo piso interno com aspecto plano e liso. Na superfície de seu vasto piso existe abundância de pequenos impactos posteriores que criaram minúsculas crateras de morfologia simples. Existe também em seu piso a presença algumas crateras rasas (crateras fantasmas), que são apenas visíveis sob iluminação baixa, destacando-se nessa categoria, a cratera Ptolemaeus B, com 17 Km de diâmetro, localizada no quadrante nordeste.
Ilustração: A enorme cratera PTOLEMAEUS, que hospeda em seu amplo piso plano, as crateras AMMONIUS e Ptolemaeus B (fantasma). O perfil altimétrico N – S de PTOLEMAEUS também é apresentado. Foto e perfil por VTOL.
Quando o Sol da fase quarto crescente atinge PTOLEMAEUS, grandes sombras se projetam para oeste pela superfície plana de seu amplo piso inundado. Não existem montanhas ou pico central no interior de seu grande piso e apenas a cratera AMMONIUS (diâmetro: 9 Km, profundidade: 1,9 Km) apresenta-se notável, posicionada na parte nordeste do piso.
Essa velha e enorme formação circular é um belo alvo nas sessões de observação através de telescópios ou binóculos.
Cratera ALPHONSUS:
Diâmetro: 111 Km;
Profundidade: 2,7 Km;
Coordenadas Selenográficas: LAT: 13° 24′ 00″ S, LON: 02° 48′ 00″ W;
Período Geológico Lunar: Nectárico (Nectarian): de 3,92 bilhões até 3,85 bilhões anos atrás;
Melhor período para observação: Na fase Quarto-Crescente ou 6 dias após a fase Lua Cheia;
Quem foi ALPHONSUS? Alfonso X (1221 - 1284), chamado o Sábio, era o rei de Castile, León e Galícia. Ele era também astrólogo.
A interessante cratera ALPHONSUS está localizada logo ao sul de PTOLEMAEUS, sendo que sua parede norte toca a parede sul da cratera citada. A região nordeste do piso interno de ALPHONSUS recebeu o impacto da sonda lunar americana Ranger 9, em 24 de março de 1965, que fotografou durante sua descida e transmitiu para a Terra até os últimos instantes antes do choque.
Uma elevação baixa (atinge pouco mais de 500 m em seu ponto mais alto), caracterizada como um tipo de espinhaço, que foi formada por materiais ejetados pelo impacto que criou a bacia IMBRIUM, dividiu internamente a cratera ALPHONSUS em duas partes. Na metade do segmento desse espinhaço está o pico central de ALPHONSUS, em forma de pirâmide, que se eleva acima de 1,4 km por sobre a superfície do piso interno. Esse incomum espinhaço que divide o piso interno é uma das duas características marcantes de ALPHONSUS.
Ilustração: A grande cratera ALPHONSUS e suas características especiais: o longo espinhaço que divide seu piso interno e as minúsculas crateras ou cavidades de halo escuro, de origem vulcânica. O perfil altimétrico W – E de ALPHONSUS também é apresentado. Foto e perfil por VTOL.
A outra característica marcante da cratera ALPHONSUS é a presença, no interior de seu piso interno inundado por lava, de três minúsculas cavidades circundadas por uma mancha escura (conhecidas como crateras de halo escuro), indicando serem depósitos de material piroclástico, ou seja, cinzas vulcânicas. As cinzas eram expelidas como na erupção de um vulcão. Isso significa que nessa região, no passado lunar, ocorriam atividades vulcânicas como erupções de cinzas e magma ejetado do interior da Lua. Também existe um sistema de canais na superfície do piso interno de ALPHONSUS, conhecido como Rimae ALPHONSUS, por onde fluiu lava. Relatos de TLP foram feitos envolvendo a cratera ALPHONSUS.
Cratera ARZACHEL:
Diâmetro: 97 Km;
Profundidade: 4,5 Km;
Coordenadas Selenográficas: LAT: 18° 12′ 00″ S, LON: 01° 54′ 00″ W;
Período Geológico Lunar: Ímbrico inicial (lower Imbriam): 3,85 bilhões até cerca de 3,75 bilhões de anos atrás;
Melhor período para observação: Na fase Quarto-Crescente ou 6 dias após a fase Lua Cheia;
Quem foi ARZACHEL? Al Zarkala (1028 – 1087) foi um astrônomo e astrólogo árabe que viveu numa região que hoje pertence ao território da Espanha.
ARZACHEL localiza-se logo ao sul de ALPHONSUS, sendo a mais jovem e a terceira em tamanho no conjunto das três crateras que formam um alinhamento norte-sul (PTOLEMAEUS, ALPHONSUS e ARZACHEL). ARZACHEL também é a cratera mais profunda desse conjunto. Sua morfologia é notoriamente complexa. Seu piso inundado por lava é relativamente plano e as paredes que o circundam, são exemplos clássicos de estruturação em terraços (curvas de nível). O piso dessa cratera é um pouco áspero, apresentando pequenos impactos (destacando-se Arzachel A, com 10 Km de diâmetro) e um sistema de canais conhecido como Rimae ARZACHEL.
Ilustração: A interessante cratera ARZACHEL com suas paredes estruturadas em terraços, pico central e o destacado canal que pertence ao sistema Rimae ARZACHEL. O perfil altimétrico W – E de ARZACHEL também é apresentado. Foto e perfil por VTOL.
A cratera ARZACHEL possui uma grande e massiva montanha central, com cerca de 2 Km de altitude em relação ao piso interno.
Cratera ALPETRAGIUS:
Diâmetro: 40 Km;
Profundidade: 3,9 Km;
Coordenadas Selenográficas: LAT: 16° 00′ 00″ S, LON: 04° 30′ 00″ W;
Melhor período para observação: Na fase Quarto-Crescente ou 6 dias após a fase Lua Cheia;
Período Geológico Lunar: Nectárico (Nectarian): 3,92 bilhões até 3,85 bilhões anos atrás;
Quem foi ALPETRAGIUS? Nur ed-din al Betrugi foi um astrônomo árabe do séc. XII.
A proeminente cratera ALPETRAGIUS localiza-se a sudoeste da cratera ALPHONSUS e a noroeste da cratera ARZACHEL. Ela possui um incomum e desproporcional maciço ou montanha central arredondada, com 1,94 Km de altitude em relação ao fundo da cratera, que ocupa praticamente todo o seu piso interno.
Ilustração: ALPETRAGIUS e sua exagerada montanha central, desproporcional ao tamanho da cratera. O perfil altimétrico N – S da cratera também é apresentado. Foto e perfil por VTOL.
Cratera ALBATEGNIUS:
Diâmetro: 131 Km;
Profundidade: 5 Km;
Coordenadas Selenográficas: LAT: 11° 12′ 00″ S, LON: 04° 06′ 00″ E;
Melhor período para observação: Na fase Quarto-Crescente ou 6 dias após a fase Lua Cheia;
Período Geológico Lunar: Nectárico (Nectarian): 3,92 bilhões até 3,85 bilhões anos atrás;
Quem foi ALBATEGNIUS? Muhammed bem Geber al Batani (852 – 929) foi um astrônomo, astrólogo e matemático árabe.
ALBATEGNIUS é uma antiga cratera de impacto de morfologia complexa, que tem forma quase hexagonal. Suas paredes altas estão fortemente erodidas por impactos posteriores e desmoronamentos. Suas encostas íngremes são crivadas de pequenos impactos. Possui um vasto piso interno plano e liso. Seu pico central eleva-se por cerca de 1,7 Km em relação à superfície do piso.
Ilustração: A cratera ALBATEGNIUS com seu piso plano e liso, que hospeda as crateras KLEIN e Albategnius B. O perfil altimétrico SW – NE abrangendo KLEIN e ALBATEGNIUS também é apresentado. Foto e perfil por VTOL.
ALBATEGNIUS hospeda no quadrante sudoeste de seu piso interno a cratera de porte médio KLEIN, com 43 Km de diâmetro, significando com isso que KLEIN é mais jovem que ALBATEGNIUS. Ela também hospeda na área norte de seu piso, a cratera Albategnius B, com 20 Km de diâmetro, Albategnius C, com 6 Km de diâmetro e Albategnius N, com 9 Km de diâmetro.
Cratera KLEIN:
Diâmetro: 43 Km;
Profundidade: 1,5 Km;
Coordenadas Selenográficas: LAT: 12° 00′ 00″ S, LON: 02° 36′ 00″ E;
Melhor período para observação: Na fase Quarto-Crescente ou 6 dias após a fase Lua Cheia;
Período Geológico Lunar: Nectárico (Nectarian): 3,92 bilhões até 3,85 bilhões anos atrás;
Quem foi KLEIN? Hermann Joseph Klein (1844 - 1914) foi um astrônomo, autor e professor alemão, nascido em Colônia.
KLEIN é uma cratera relativamente rasa em comparação com as outras anteriormente descritas. O impacto que a criou, destruiu a parede sudoeste da cratera ALBATEGNIUS e ocupou grande parte do quadrante sudoeste do piso interno da cratera citada. Isto prova que KLEIN é mais jovem que ALBATEGNIUS.
A cratera KLEIN Possui piso plano, que foi inundado por lava e um pequeno pico central, com cerca de 500 m de altitude em relação ao fundo da cratera. Ela hospeda em sua borda nordeste a cratera Klein A, de 9 Km de diâmetro, e na borda sul hospeda a pequena cratera Klein C de 6 km de diâmetro.
Cratera HIPPARCHUS:
Diâmetro: 151 Km;
Profundidade: 1,8 Km;
Coordenadas Selenográficas: LAT: 05° 30′ 00″ S, LON: 04° 48′ 00″ E;
Período Geológico Lunar: Pré-Nectárico (Pré-Nectarian): 4,5 bilhões (logo após o tempo da formação inicial da Lua) até 3,92 bilhões de anos atrás;
Melhor período para observação: Na fase Quarto-Crescente ou 6 dias após a fase Lua Cheia;
Quem foi HIPPARCHUS? Hiparco de Nicéia (190 aC - 125 aC), foi um astrônomo, geógrafo e matemático grego do período helenístico. Ele é considerado o fundador da trigonometria. Foi o autor do primeiro catálogo de estrelas.
A cratera HIPPARCHUS é outro exemplo que pode ser classificado com planície murada, devido ao seu tamanho. Essa enorme e velha cratera de paredes desgastadas e na maioria baixas, somente recebe algum destaque quando recebe a luz solar sob um ângulo baixo.
O contorno das bordas de HIPPARCHUS apresenta notória evidência de erosões e ruínas em todo o seu caminhamento. A continuidade de seu aro é interrompida por depressões e lacunas, e as bordas remanescentes não alcançam grande altitude.
HIPPARCHUS consiste numa circunferência imperfeita, apresentando aproximadamente de 170 Km na direção NE - SW e 140 Km na direção NW - SE, como se fosse um losango de lados curvos.
Ilustração: A velha e ampla cratera HIPPARCHUS, com suas paredes desgastadas. Seu piso hospeda a cratera HORROCKS e duas crateras fantasmas (Hipparchus P e Hipparchus X). O perfil altimétrico SW – NE abrangendo HIPPARCHUS, Hipparchus X e HORROCKS também é apresentado. Foto e perfil por VTOL.
O piso interno de HIPPARCHUS tem aspecto liso, pois foi inundado por lava, porém é um pouco irregular por apresentar algumas ondulações e rugosidades. Perto do centro de seu piso interno existe um semicírculo dos resquícios do aro de uma antiga cratera soterrada na lava. O ponto mais alto desse aro chega a atingir cerca de 900 m em relação à superfície circundante e existe uma concavidade no interior desse semicírculo. Essa cratera chama-se Hipparchus X e tem cerca de 17 Km de diâmetro. Existem também no piso interno de HIPPARCHUS algumas possíveis crateras fantasmas e a presença de finos e rasos canais, difíceis de serem detectados.
A cratera de impacto HORROCKS (diâmetro: 30 Km, profundidade: 3 Km) "hospeda-se" no quadrante nordeste do piso interno de HIPPARCHUS, indicando com isso ser mais jovem que HIPPARCHUS. HORROCKS tem formato um pouco irregular, piso ondulado, paredes internas estruturadas em terraços e um minúsculo pico central.
Cratera HERSCHEL:
Diâmetro: 40 Km;
Profundidade: 4 Km;
Coordenadas Selenográficas: LAT: 05° 42′ 00″ S, LON: 02° 06′ 00″ W;
Período Geológico Lunar: Eratosteniano (Eratosthenian): 3,2 bilhões até 1,1 bilhão de anos atrás.
Melhor período para observação: Na fase Quarto-Crescente ou 6 dias após a fase Lua Cheia;
Quem foi HERSCHEL? Frederick William Herschel (1738 - 1822) foi um astrônomo britânico nascido em Hanover, na Alemanha. Também era compositor. Descobridor do planeta Urano.
HERSCHEL é uma jovem cratera de impacto de morfologia complexa, com bordas bem definidas, apresentando paredes internas estruturadas em terraços ou curvas de nível. HERSCHEL está localizada junto à borda norte da grande cratera PTOLEMAEUS.
Ilustração: A cratera HERSCHEL e seu perfil altimétrico W – E. Foto e perfil por VTOL.
Seu piso interno é irregular e apresenta um pico um pouco descentralizado para o lado oeste. O pico atinge cerca de 900 m em relação ao fundo da cratera. Junto à borda sudoeste de HERSCHEL encontra-se a cratera Herschel G, com 14 km de diâmetro.
Foto executada com apenas 1 frame em 06 de outubro de 2019, 19:51:36 (22:51:36 UT).
Foto executada com apenas 1 frame em 07 de outubro de 2019, 19:11:42 (22:11:42 UT).