MEGA TEMPESTADE SOLAR – UMA AMEAÇA REAL - “Tudo que acontece no Sol, reflete na Terra”; por Nelson Travnik.
MEGA TEMPESTADE SOLAR – UMA AMEAÇA REAL
por Nelson Travnik*
“Tudo que acontece no Sol, reflete na Terra”
Atualmente para a ciência, a preocupação maior neste 2012, não são as profecias mirabolantes mas sim o comportamento do Sol que já se encontra no período de máxima atividade, algo que ocorre regularmente a cada 11 anos. Durante este tempo, o astro-rei entra em convulsão. Gigantescas explosões comparáveis a bilhões de bombas atômicas, irrompem bruscamente, sem o menor aviso, enviando ao espaço feixes de ondas e partículas altamente energéticas. As radiações emitidas por essas explosões conhecidas por ejeções coronais, CMEs, lançam ao espaço os terríveis raios X além do ultravioleta, prótons e elétrons. Esse bombardeio de radiação ao atingir nosso planeta, abre buracos na camada de ozônio, deixando-nos ainda mais desprotegidos. Ao contrário de algumas previsões, 2012 pode ser um ano de um máximo solar bastante truculento. Forte explosão solar ocorrida no dia 24 de janeiro seguida de uma ainda mais forte em 5 de março último, é o sinal que mais e com maior intensidade virão no decorrer deste ano e em 2013. Uma previsão baseada em dados estatísticos feita e publicada pelo “Sunspot Index Data Center”, S.I.D.C. da Bélgica, bem como pela “Administração Nacional Oceânica e Atmosférica”, NOAA, patrocinada pela NASA, aponta a possibilidade da ocorrência de uma mega tempestade solar para maio de 2013, provocando o maior desastre natural que se possa imaginar! Assim como foi mostrado no filme “Presságio” em 2010, os cientistas temem que se ocorrer algo semelhante ao que aconteceu em 1859, conhecido como “Evento de Carrington”, além de danificar os satélites interrompendo as radiocomunicações, os alertas meteorológicos, o posicionamento global, GPS, a segurança militar, operações bancárias, danos a nossa pele aumentando o índice de câncer de pele como outras doenças provocadas pela radiação, também afetará centrais elétricas. Os astronautas da Estação Espacial Internacional, ISS, terão que se abrigar prontamente no alojamento ‘Zvesda’, que os isolará das radiações. Um cenário de fim do mundo. O planeta irá parar e segundo estimativas serão necessários de 4 a 10 anos para cobrir os prejuízos que irão ascender a muitos bilhões de dólares, passível de afetar a economia de muitas nações.
EXEMPLOS RECENTES
No dia 13 de março de 1989, uma fortíssima ejeção de massa coronal, CME, provocou sobrecarga e incêndios nos equipamentos de transmissão da rede elétrica Hidro-Quebec, Canadá, danificando-a, prejuízos de milhões de dólares e deixando no escuro seis milhões de canadenses durante nove horas. Em 1999, o satélite Galaxi foi atingido deixando 40 milhões de usuários sem televisão além de bloquear contas bancárias. No dia 28 de outubro de 2003, apareceu uma enorme mancha solar e em seguida explodiu uma fulguração (flare) de proporções nunca vistas nos últimos 40 anos. Para nossa felicidade, o evento ocorreu próximo ao bordo do disco solar mas mesmo assim danificou três satélites japoneses e até a sonda Mars Odissey ao redor de Marte que perdeu um instrumento que acabava de medir os níveis de radiação. Não fosse o alojamento ‘Zvesda’, os astronautas teriam sido atingidos pelas radiações. Foi uma mega tempestade solar. Prevendo isso, temos no espaço uma verdadeira esquadra de observatórios solares ( SOHO, TRACE, RHESSI, SORCE, STEREO e YOKOHO) e outros tantos em terra para monitorar o Sol 24 horas em todas as faixas do espectro e disparar o alerta no caso de uma mega tempestade. Para que tamanho investimento se nossa sobrevivência não estivesse aliada ao comportamento dessa estrela? O grande problema é que essas ondas de plasma a uma velocidade de 447.9 km/s, atingem a Terra em cerca de 4 dias, tempo muito curto para proteger os painéis solares dos engenhos espaciais em órbita e no espaço exterior. É um fato altamente preocupante já que nos satélites comerciais a indústria global não inclui proteção alguma contra possíveis tempestades solares de grande amplitude. Por último, heliofísicos do “Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica” em Bouder, Colorado, EUA, acreditam que o atual ciclo solar será de 30 a 50% mais forte que o último e atingirá o clímax este ano! Atenção! Vem chumbo grosso ai!
* Nelson Travnik é astrônomo de Campinas e responde pelos observatórios municipais de Americana e Piracicaba, SP.