Informações sobre a Foto
Que os Raios Brilhantes de COPERNICUS e KEPLER Iluminem os Caminhos dos Amantes da LUA em 2011 ! Feliz Ano Novo !
COPERNICUS – Cratera com 93 Km (58 milhas) de diâmetro externo. Lat: 9.7º N Long: 20.1º W.
Foto no mapa LAC 58.
Melhor época para observação: 2 dias após a fase “quarto crescente” ou 1 dia após a fase “quarto minguante”.
Quem foi Nicolaus Copernicus ? Astrônomo polonês da renascença (1473-1543). Combateu o geocentrismo (a Terra como o centro do universo) formulando o modelo heliocentrico (o Sol como centro do universo com Terra e os planetas girando ao seu redor). Retirou a Terra do centro do universo.
Obs.: Foto apresentando região do "terminator" (divisão entre o dia e a noite na Lua).
Copernicus é uma cratera relativamente jovem, com cerca de 1 bilhão de anos. Essa espetacular cratera de impacto possui um sistema de “raios brilhantes” que se estendem por cerca de 800 Km para fora (visível a olho nu), é uma das mais proeminentes e famosas da superfície lunar. Não é uma cratera com o perímetro perfeitamente circular. Na realidade sua circunferência é definida por uma seqüência de 7 segmentos relativamente retos. As bordas externas que circundam a cratera formam uma espécie de “fortificação” com paredes escarpadas e inclinadas, criadas pelos escombros do impacto.
Ela é um alvo fácil para telescópios e fica perto do centro do disco lunar, junto da margem sul externa do Mare Imbrium. Após o impacto do asteróide que criou Compernicus a cerca de 1 bilhão de anos atrás, suas paredes internas desabaram, criando encostas que formaram espécies de “degraus” ou “curvas de nível” (walls in terraces). Observe o piso interior plano (diâmetro interno com 56 Km ou 35 milhas) e os protuberantes montes quase centrais, com 900 metros de altura. Os picos ascenderam quando as rochas da crosta lunar foram comprimidas pelo poderoso impacto e reagiram com uma espécie de ricochete. Os picos contém material com origem provável de 5 a 10 Km abaixo da superfície.
Note também, a cadeia ou seqüência de minúsculas crateras secundárias situadas a nordeste e noroeste de Copernicus (múltiplos pontos em seqüência sinuosa na foto), criadas pelas batidas dos escombros lançados para fora no momento da formação da grande cratera.
Observe a leste de Copernicus e encontre a cratera fantasma Stadius (diâmetro: 69 Km, Lat: 10.5º N Long: 13.7º W) que foi coberta por lava basáltica e que também tem o seu piso marcado por pequenas crateras secundárias criadas pelos escombros lançados pelo impacto na criação de Copernicus.
A nordeste de Copernicus e na extremidade sul dos Montes Apenninus, encontra-se a cratera de impacto Eratosthenes (diâmetro: 58 Km, Lat: 14.5º N Long: 11.3º W). As bordas externas que circundam a cratera formam uma espécie de “fortificação” com paredes escarpadas e inclinadas, criadas pelos escombros do impacto. As paredes internas possuem degraus ou curvas de nível. Tem 3,6 Km de profundidade, piso irregular e montanha central com alguns picos.
KEPLER – Cratera com 31 Km (20 milhas) de diâmetro, Lat: 8.1º N Long: 38.0º W.
Foto no mapa LAC 57.
Melhor época para observação: 3 dias depois da fase “quarto crescente” ou 2 dias após à fase “quarto minguante”.
Quem foi Johannes Keppler ? Astrônomo alemão e matemático alemão (1571 – 1630). Figura chave da revolução científica do séc. XVII. Conhecido por formular as 3 leis da mecânica celeste (ramo da astronomia que estuda os movimentos dos corpos no espaço, onde a principal força é a gravitacional), conhecidas como Leis de Kepler. As 3 Leis de Kepler que foram publicadas em 1609 (1ª e 2ª leis) e em 1618 (3ª lei), definem o movimento dos planetas ao redor do Sol. São elas:
1- Os planetas descrevem órbitas elípticas ao redor do Sol, com o Sol posicionado num dos focos da elipse;
2- Os planetas descrevem áreas iguais em tempos iguais;
3- Para qualquer planeta, o quadrado de seu período orbital (tempo que demora em dar uma volta ao redor do Sol) é diretamente proporcional ao cubo da distância média com o Sol.
A cratera de impacto Kepler que é relativamente jovem (1 bilhão de anos), tem 2,6 Km de profundidade e localiza-se próximo ao equador lunar, entre o Oceanus Procellarum (do lado oeste) e o Mare Insularum (do lado leste).
Por ser uma jovem cratera, Kepler é destacada pelo sistema de raios brilhantes criados por escombros ejetados durante o impacto que escavou a cratera. Os raios cobrem os “maré” ao seu redor e estendem-se por mais de 300 Km, atravessando raios de outras crateras.
A noroeste de Kepler situa-se a cratera de porte médio Marius (diâmetro: 41 Km, Lat: 11.9º N Long: 50.8º W), na regiãodo Oceanus Procellarum. A superfície de Marius foi inundada por lava basáltica e seu piso é relativamente liso e plano. Não existe pico central.
Ao norte e oeste de Marius existe um grande número de “domos lunares” (pequenas protuberancias que aparecem à esquerda na foto) de suposta origem vulcânica, distribuídos sobre uma área com mais de 100 Km de diâmetro. Segundo pesquisadores, caso sejam “domos” de origem vulcânica, devem ter sido formados por um material muito mais viscoso (magma) do que o material vulcânico que formaram os “maria” (mares basálticos).
Ao sul de Kepler, figura a isolada cratera Encke (diâmetro: 28 Km, Lat: 4.6º N Long: 36.6º W). Suas paredes não são predominantemente redondas e sim com formato hexagonal. Seu piso raso (800mm de profundidade) é irregular e foi atravessado pelos escombros ejetados pelo impacto que escavou Kepler, o qual foi responsável pela criação do sistema de raios brilhantes. Isto indica que Encke é mais antiga que Kepler.
Encke “carrega” em sua borda leste, a minúscula cratera Encke N (diâmetro: 4 Km).
Dados técnicos da foto:
Autor:
Ricardo José Vaz Tolentino.
Date and Time:
11/19/2010, 01:41 UT
Data e Hora:
18/11/2010, 22h41m;
Foto com apenas 1 frame, sem longa exposição ou “empilhamento”. Não foram usados filtros.
Telescópio:
Refletor Dobsoniano SkyWatcher Collapsible Truss-Tube;
Diâmetro Espelho Primário:
305mm (12”);
Distância Focal:
1500mm;
Focal/Ratio - (f/):
5;
Tripé ou Montagem:
Dobsoniana;
Barlow:
Celestron Ultima 2X Barlow;
Câmera:
Orion StarShoot Solar System Color Imager II;