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Cratera MAGELHAENS em 09 de junho de 2020.
Quarta e última selenofotografia da série: Cratera MAGELHAENS - Fernão de Magalhães (1480-1521) - grande explorador e navegador português.
Cratera MAGELHAENS:
MAGELHAENS é uma cratera de impacto de morfologia complexa que apresenta, como características, possuir aro de formato irregular, bordas largas e robustas, além de piso interno plano, liso e escuro, pois foi inundado por lava basáltica. A tonalidade escura (baixo albedo) do piso interno de MAGELHAENS é semelhante à tonalidade presente nas lavas do Mare FECUNDITATIS, onde MAGELHAENS está localizada, posicionada na orla sudoeste do referido mar. O piso interno não apresenta montanha central e nem outras características marcantes, além de um pequeno e baixo domo vulcânico, conhecido como “Magelhaens 1”. A cratera MAGELHAENS possui 40 Km de diâmetro e 2,15 Km de profundidade.
A borda sudeste da cratera MAGELHAENS hospeda boa parte da cratera Magelhaens A (diâmetro: 32 Km) e ambas estão localizadas numa região entre o sudoeste do Mare FECUNDITATIS (junto à orla deste) e o nordeste do Mare NECTARIS, próximas dos MONTES PYRENAEUS. Mais especificamente, a cratera MAGELHAENS está posicionada nas coordenadas selenográficas LAT: 11° 54′ 00″ S, LON: 044° 06′ 00″ E, a cerca de 17 Km a sudoeste da cratera GOCLENIUS (diâmetro: 72 Km, profundidade: 2,2 Km).
A cratera MAGELHAENS foi nomeada pela International Astronomical Union (IAU) em 1935, para imortalizar a memória do grande explorador e navegador português Fernão de Magalhães. Também o "pinguim-de-magalhães", recebeu esse nome em sua homenagem, já que Fernão de Magalhães foi o primeiro europeu a ter visto um animal dessa espécie. Seus feitos e habilidades no campo da navegação também foram reconhecidos na nomeação de outras formações da área astronômica: as Nuvens de Magalhães (galáxias vizinhas da Via Láctea) e a cratera marciana MAGELHAENS (diâmetro: 105 Km), localizada nas terras altas (planaltos) da região sul de Marte.
Sobre Fernão de Magalhães:
Fernão de Magalhães, Ferdinand Magellan ou Fernando de Magallanes (1480-1521) nasceu em Portugal, na cidade do Porto e seus pais eram membros da nobresa portuguesa. Quando menino, ele estudou cartografia, astronomia e navegação celeste. Fernão de Magalhães formou-se marinheiro e, quando atingiu seus 20 anos de idade, já navegava em grandes frotas e estava envolvido em combates. Mais tarde, tornou-se um hábil e destacado oficial da marinha portuguesa. Fernão de Magalhães foi um grande explorador português que organizou uma importante expedição espanhola até às Índias Orientais (Ilhas das Especiarias), de 1519 até 1522, resultando assim, na primeira circunavegação da Terra, completada depois por Juan Sebastián Elcano (explorador espanhol, 1476 - 1526).
Em 1517, Fernão de Magalhães mudou-se para Sevilha, Espanha, para oferecer suas habilidades para a corte espanhola. Sua partida de Portugal aconteceu num momento oportuno. O Tratado de Tordesilhas (1494) declarou que todos os territórios recentemente descobertos e ainda não descobertos a leste da linha de demarcação (LON: 46° 30'W) pertenceriam a Portugal e todos os territórios a oeste dessa linha, pertenceriam à Espanha. Nos três anos que se seguiram à sua partida de Portugal, Magalhães estudou religiosamente todas as cartas de navegação mais recentes da época. Ele compreendeu, a partir de textos gregos, que o mundo era redondo. Fernão acreditava que poderia encontrar um caminho mais curto para as Ilhas das Especiarias se navegasse para o oeste, através do Oceano Atlântico, em torno da América do Sul e através do Pacífico. Essa não era uma ideia nova, pois Cristóvão Colombo (explorador e navegador italiano, 1451 – 1506) e Vasco Núñez de Balboa (explorador espanhol, 1475 - 1519) já tinham pavimentado o caminho, mas tal viagem daria aos espanhóis um acesso aberto às Ilhas das Especiarias, sem ter de viajar por regiões controladas pelos portugueses.
Fernão de Magalhães apresentou seu plano ao rei Carlos I da Espanha (que logo se tornaria Carlos V do Sacro Império Romano), que deu sua bênção. Em 20 de setembro de 1519, ele partiu com uma frota de cinco navios bem equipados, porém inadequados para navegar as distâncias propostas. A frota navegou inicialmente para o Brasil e depois para o sul da costa da América do Sul, em direção à Patagônia. Durante a viagem, houve uma tentativa de motim e um dos navios acabou naufragando. Apesar do revés, a tripulação continuou na missão com os quatro navios restantes.
Em outubro de 1520, Magalhães e seus homens haviam entrado no que hoje é chamado de Estreito de Magalhães. Levou mais de um mês para atravessar o estreito. Nesse período, o mestre de um dos navios da frota desertou e voltou para casa. Os navios restantes navegaram através do Oceano Pacífico. Em março de 1521, a frota ancorou em Guam.
Mais tarde, em março de 1521, a frota de Magalhães chegou à Ilha de Homonhom, à beira das Filipinas, com menos de 150 dos 270 homens que iniciaram a expedição. Magalhães negociou com Rajah Humabon, Rei da ilha, e rapidamente um vínculo foi criado. Algum tempo depois, a tripulação espanhola se envolveu em numa guerra, entre o Rei Rajah Humabon e outro líder rival local, ocasião que que Fernão de Magalhães foi morto em batalha, em 27 de abril de 1521.
A tripulação restante escapou das Filipinas e continuou em direção às Ilhas das Especiarias, chegando lá em novembro de 1521. O comandante espanhol Juan Sebastián Elcano (1476 - 1526), do último navio, o Victoria, embarcou em dezembro e chegou a Espanha em 08 de setembro de 1522, cumprindo o circuito.
Composição: A gravura de Fernão de Magalhães e a Lua cheia mostrando a abrangência da selenofotografia enfocando a cratera MAGELHAENS.
Composição: A cratera MAGELHAENS fotografada em voo orbital pela sonda lunar robótica americana LRO da NASA.
Imagem: O perfil altimétrico SW - NE da cratera MAGELHAENS - NASA / LRO QuickMap.
Foto executada com apenas 1 frame em 12 de setembro de 2014, 03:15:40 (06:15:40 UT).
Foto executada om apenas 1 frame em 09 de junho de 2020, 01:52:26 (04:52:26 UT).